Resenha: A Guerra dos Mundos

Saudações a todos.

Estou passando para compartilhar com vocês a minha última leitura. Falo da obra-prima de H.G. Wells, A Guerra dos Mundos.

Publicado em 1898 pelo escritor inglês Herbert George Wells o livro A Guerra dos Mundos descreve, em um texto direto em primeira pessoa, uma invasão marciana à Terra no fim do século XIX que inicia-se no Reino Unido nos arredores de Londres, que é para onde as forças invasoras marcham após dizimar os moradores e as forças militares locais enquanto o protagonista tenta reencontrar sua esposa em meio ao caos.

O livro é dividido em duas grandes partes, que o autor denomina Livro I e Livro II, com os subtítulos “A Chegada dos Marcianos” e “A Terra sob o Domínio dos Marcianos”, respectivamente. Além disso, compõem as duas partes 27 capítulos por onde se desenvolve a estória e que possuem um bom tamanho, nem muito curtos nem muito longos, o que me agradou muito.

A obra abre com um inspirado texto citando os nossos algozes e nossos minúsculos salvadores, ao mesmo tempo que faz uma crítica ao modo de viver do homem à época. Interessante citar também que o relato da invasão é passado a nós pelo protagonista que o conta como que aquele fosse um livro escrito por ele, relatando sua experiência durante a guerra, o que me lembrou um pouco o estilo de outro grande escritor, H.P. Lovecraft.

A descrição do cenário e do ambiente é muito competente e destaco o esforço narrativo do autor para passar a tensão da situação, produzindo um texto denso. Você facilmente se pega imaginando e visualizando a destruição, as cidades sendo evacuadas, o desespero das massas em fuga e a impiedade dos marcianos. Na época que Wells escreveu sua estória a Inglaterra explorava de forma massacrante o continente africano e este fato histórico foi usado pelo autor, inserindo um conteúdo crítico, todavia, não focarei este texto nesse aspecto.

Os primeiros capítulos narram a chegada das cápsulas disparadas por Marte, as primeiras movimentações dos marcianos e o início da destruição e matança, com um destaque para o medo e desespero lançado sobre a população. Apenas a título de curiosidade, foi com base nesta parte do livro que o jornalista Orson Welles, em 1938, realizou sua histórica transmissão de rádio, em um texto adaptado para os EUA, levando um desconcertante pânico à população americana.

A segunda parte do livro dá destaque à dominação alienígena, com o protagonista observando os cruéis invasores e tendo contato com outras pessoas, rendendo ótimas passagens. É neste trecho que os marcianos são melhor apresentados, com mais e sombrios detalhes. O livro encerra com a silenciosa e inesperada morte das forças invasoras pelos microorganismos terrestres, o que, creio eu, não é nenhum spoiler, mas o que muitos não sabem sobre este desfecho é que o autor já apresentou durante o livro a possível explicação do porquê de tal derrota.

Herbert George Wells, ou apenas H.G. Wells, nasceu em 1866 em Londres e durante sua carreira de escritor escreveu dezenas de livros de ficção e não-ficção, destacando-se A Máquina do Tempo (1895), A Ilha do Dr. Moreau (1896), O Homem Invisível (1897) e A Guerra dos Mundos (1898). Morreu em 1946, aos 79 anos, deixando um grande legado à literatura fantástica.

A Guerra dos Mundos é uma das obras mais importantes da ficção cientifica mundial. Criada no final do século XIX, seu autor demonstrou uma genialidade impar, prevendo muitos mecanismos que mesmo seus conceitos surgiram anos no futuro, isso sem mencionar sua crítica social. Por fim, trata-se de uma leitura prazerosa com até algumas felizes surpresas e fico muito satisfeito em compartilhar minha experiência através desta curta resenha. Superior ao filme de 2005, para os amantes do gênero é leitura obrigatória.

Um grande abraço.

 

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